domingo, 1 de dezembro de 2019

O Antifrágil - Nassim Taleb [resumo]


O antifrágil
– coisas que se beneficiam com o caos [Nassim Taleb]

Eu me interessei pelo livro por causa do título, com um mundo tão caótico, eu pensei que talvez ele me daria dicas de como sobreviver e me beneficiar com tanta loucura...

Bom, o livro começa explicando o que seria uma coisa antifrágil. Essa palavra, Antifrágil, não existe na verdade, mas se você pensar a respeito ela deveria existir.

Frágil é uma coisa sensível que pode se romper, quebrar ou ser prejudicada por algum estresse. Se você chutar uma caixa de copos de vidro, eles vão quebrar, porque são frágeis.
Muita gente pensa que o contrário de frágil seria Robusto, uma coisa que não se quebra. Se você chutar uma caixa de barra de peso, nada muda. O material é resistente. Mas isso não é um contrário... a barra de pesos é neutra... ela não muda.
A antítese, o contrário de frágil é o ANTIFRÁGIL. Se você chutar uma caixa com um objeto antifrágil ele vai mudar para melhor, é uma coisa que vai ser beneficiada.

O autor usa de exemplo a hidra, ser mitológico com várias cabeças. Cada vez que alguém corta uma cabeça da hidra, duas cabeças nascem no lugar de uma, ou seja, ela acaba ficando mais forte!
Na vida, seja a hidra!

Mas e nós, seres humanos, nós somos antifrágeis?
O autor escreve que se você vai na academia e força seus músculos, você sente dores, descansa e seus músculos ficarão mais fortes e você vai aguentar cada vez mais pesos.
Ou seja, normalmente, quando há um agente estressor e o tempo apropriado para a recuperação depois do contato com esse agente, nós nos tornamos mais fortes – antifrágeis.
Existe até uma técnica chamada mitridização em que o contato prolongado com pequenas doses de veneno (nada que vai te matar) acaba tornando o indivíduo imune ao veneno! Era uma prática usada na Grécia antiga.

O livro tem muita filosofia, na verdade, o autor traz conceitos de grandes filósofos para o nosso dia-a-dia. Um desses conceitos é o que ele chama de estratégia da barra de pesos. Essa estratégia consiste em você se precaver de um lado (dir.) e do outro lado (esq.) você ir pro tudo ou nada. Por exemplo, você tem 100 mil reais. Você guarda 85 mil e usa os outros 15 mil para fazer um investimento arriscado, mas que, caso dê certo, te daria um retorno de 200%. Se você perder, ainda tem seus 85 mil, se ganhar, vai estar muito mais rico!
Dessa forma, você minimiza os ricos e adquire antifragilidade.

A principal ideia do livro é a de toda a vulnerabilidade é boa – sempre tem alguém que vai ganhar e alguém que vai perder, quem ganha leva tudo. Simples assim. Como diria Quincas: “Ao vencedor, as batatas”.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Por que eu defendo o aborto?

Por que eu defendo o aborto?
Há algum tempo decidi me libertar de todo o enigmático conceito religioso. Não posso me libertar em definitivo porque uma criação religiosa deixa marcas inapagáveis, amarras invisíveis e um fundinho de fé inabalável. No entanto, posso me agarrar à minha racionalidade e entender que o fato de eu ter sido criada dentro de uma crença religiosa não a torna uma verdade absoluta. A beleza do mundo é a diversidade, em todas as suas manifestações.
Eu posso acreditar no direito à vida, no karma, na resiliência ou qualquer outra coisa, mas eu não posso querer que todas as pessoas sejam obrigadas pelo Estado a agir conforme meu doutrinamento. 
Como mulher, independentemente de qualquer doutrina, eu tenho obrigação de defender o estado laico, a defesa integral dos direitos humanos. Se hoje eu tenho liberdade sexual, direito ao planejamento familiar, direito de trabalhar, direito de estudar, tudo isso é fruto de uma mulher que, lá atras, foi contra doutrinas e pré conceitos e defendeu uma mudança no entendimento do papel da mulher na sociedade. 
Em alguns países as mulheres são punidas pelo aborto espontâneo, em alguns países o aborto em casos de violência sexual é proibido - parece pré história! Assim como diminuir a maioridade penal não vai diminuir a violência, criminalizar o aborto não dificulta sua ocorrência, apenas aumenta os casos de morte. O aborto não precisa ser crime, não deve ser crime, o que a sociedade precisa é educação, qualidade de vida e desenvolvimento. Não adianta tapar o sol com a peneira, fingir que o problema se resolve com uma norma punitiva. É preciso sair da nossa zona de conforto e encarar o problema com racionalidade. 
Eu tive a sorte de ter uma família estruturada, recebi educação moral e intelectual, tenho acesso a um sistema de saúde privado, posso adquirir medicamentos, tenho um trabalho que paga um salário digno. Mas eu sou a minoria da população. Eu não preciso fazer um aborto. Mas eu não tenho o direito de decidir por quem não teve as mesmas oportunidades que eu, ou que não compartilha das mesmas ideologias que eu.